Você está um pouco perdido(a) na hora de abordar com a meninada sobre os atentados nas escolas? O que fazer quando um boato a respeito do assunto começa a se espalhar e a provocar medo coletivo? Essas e outras questões fazem parte das orientações do ebook divulgado pelo projeto Uma mãe pediatra.
De acordo com as orientações, é essencial proteger as crianças do sensacionalismo e das desinformações, mas sem fugir da discussão do tema. Deve-se manter o diálogo aberto e a conversa franca, buscando outras fontes de informação que vão além das redes sociais e do noticiário.
Confira as principais dicas:
- “A forma de se falar, ou se você deve falar, vai depender da idade da criança.”
- “Não despeje mil informações. Muitas vezes é sobre ouvir e não sobre falar.”
- “Fuja de dar detalhes gráficos, imagens, coisas que possam semear ainda mais pânico na mente criativa da criança.”
- “Primeiro cuide do seu pânico para depois tentar ajudar a criança. Equilibre-se.”
- “Limite tempo de telas e tipo de programa visto.”
- “Monitore uso de tela, seja através de aplicativos ou configurações do sistema.”
- “Você não deverá guiar a conversa. As dúvidas da criança é que guiam o diálogo.”
- “Tranquilize a criança de que a escola, a comunidade e a polícia estão trabalhando para mantê-la segura.”
- “Mantenha uma rotina. Rotina e previsibilidade são fundamentais para diminuir o estresse da criança.”
- “Reforce sempre que a função da proteção é dos adultos e que ela (a criança) só precisa estudar e brincar.”
O ebook também detalha os tipos de orientações para serem repassadas, de acordo com a idade dos filhos e filhas, e os cuidados redobrados com pais e mães que possuem armas em casa (por exemplo, policiais, seguranças, etc).
A publicação chama atenção, inclusive, para os sinais que a criança possa apresentar em contextos sensacionalistas ou de ansiedade extrema:
- Sono modificado.
- Mudança de comportamento.
- Dores físicas novas e inexplicáveis.
- Falta de vontade de comer ou comendo demais abruptamente.
- Roer unhas, começar com tiques.
- Falar muito de morte.
Para saber mais acesse Como conversar com as crianças? – Um guia básico para te auxiliar.
Para assistir:
Tiros em Columbine (dir. Michael Moore, 2002)
Este documentário revela como a tragédia na escola Columbine abre outras feridas ligadas ao comportamento violento em massa nos Estados Unidos. Disponível no YouTube.
Elefante (dir. Gus Van Sant, 2003)
O filme acompanha os preparativos de dois jovens que planejam um grande atentado num colégio. Disponível no HBO Max.
Precisamos falar sobre o Kevin (dir. Lynne Ramsay, 2011).
A história gira em torno da complicada relação entre mãe e filho, que piora ainda mais depois que o adolescente comete um atentado numa escola estadunidense. O filme será tema do próximo Podcast Cineclube. Disponível no Amazon Prime.
Para ouvir:
O Assunto: Ataques a escolas – como falar com as crianças
Geografia em Meia Hora – Atentados a escolas
Para ler:
Principais dados do estudo “Extremismo violento em ambiente escolar”:
📍O estado com maior número de casos é São Paulo, seguido pela Bahia.
📈 O ano com o pior registro foi o de 2022, com 9 casos. Em 2019, foram 4.
🔫 Armas de fogo foram utilizadas em 12 dos casos registrados. Elas não foram utilizadas em outros 11, tendo registro de armas brancas e bombas.
📱Os jovens tinham relação com grupos extremistas online em 14 dos casos, o que indica a necessidade de investigações no ambiente digital para prevenção dessas ocorrências.
🚨 OBS: Na segunda, dia 10, mais um atentado foi registrado. Dessa vez, em Manaus, o que eleva o número para 24 casos. Sendo 4 deles nos primeiros meses de 2023.
Acesse Nota técnica 15 – Extremismo violento em ambiente escolar, de Michele Prado. Fonte: Monitor do Debate Político no Meio Digital, do Grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades – USP.