Neste ano, dentre os filmes indicados em 18 categorias do Oscar, 11 longas-metragens são comandados por mulheres. Houve uma queda em comparação com a edição do ano passado, em que, na disputa pela estatueta, 16 produções tiveram a assinatura delas em co-direção e direção.
Isso só confirma um cenário desafiador para as mulheres, pois, ao longo da história da premiação mais famosa da sétima arte, elas nem sempre comem a principal fatia do bolo nas importantes categorias dominadas por homens, seja de melhor direção ou melhor filme, por exemplo.
Para se ter uma ideia, no ano passado, Chloe Zhao se tornou a segunda mulher a ganhar o prêmio de melhor direção no Oscar, por “Nomadland”. A única outra mulher premiada na categoria é Kathryn Bigelow, que venceu por “Guerra ao Terror”, em 2009.
Mesmo com esses destaques, será que a maioria das produções de inúmeras cineastas fazem parte da lista de filmes dos espectadores? Você mesmo já parou para prestar atenção a quantas vezes assistiu aos longas-metragens comandados por mulheres? Se você quer reforçar o seu ranking, então chegou a hora de conferir as dicas abaixo. Separe a pipoca!
Agnès Varda (1928-2019)
A cineasta belga foi a primeira mulher a ganhar o Oscar pelo conjunto da obra. Ela é uma das principais referências do movimento nouvelle vague e no gênero documentário.
O que assistir:
- Cléo das 5 às 7 – 1962
- As duas faces da felicidade – 1965
- Uma Canta, a Outra Não – 1977 (Globoplay e Telecine)
- Os renegados (Sem teto nem lei) – 1985
- Les glaneurs et la glaneuse (Os catadores e eu) – 2000 (Mubi)
- As praias de Agnès – 2008 (Mubi)
- Visages, Villages – 2017 (Globoplay)
Ava DuVernay
Ela foi a primeira mulher negra a conquistar a estatueta de Melhor Direção no Festival Sundance e a primeira cineasta negra a ser indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar de Melhor Filme, por “Selma”. Anos depois, Ava criou Queen Sugar, o primeiro seriado na história a ter todos os episódios dirigidos por mulheres.
O que assistir:
- Middle of Nowhere – 2012
- Selma – 2015
- A 13ª Emenda – 2016 (Netflix)
- Queen Sugar – 2016
- Olhos que condenam -2019 (Netflix)
Barbra Streisand
A cantora e atriz Barbra Streisand tem uma admirável carreira como diretora. E não é pra menos. Ela foi a primeira mulher a escrever, dirigir, produzir e estrelar um mesmo filme de estúdio em Hollywood. Sua estreia na direção rendeu-lhe um Globo de Ouro na categoria.
O que assistir:
- Yentl – 1983 (MGM e Apple TV)
- O príncipe das marés – 1991 (Google Play)
- O espelho tem duas faces – 1996 (Google Play, Claro Net Video e Apple TV)
Carla Camurati
Seu primeiro longa-metragem, “Carlota Joaquina”, se tornou um marco no início da retomada do cinema nacional nos anos de 1990, levando cerca de 1,5 milhão de espectadores às salas de cinema. O feito só foi possível graças ao trabalho da própria cineasta em distribuir o filme de maneira independente.
O que assistir:
- Carlota Joaquina – Princesa do Brasil – 1995 (Now Net Claro)
- La serva Padrona – 1999
- Copacabana – 2001
- Irma Vap – O retorno – 2006
Eliane Caffé
Ao estrear na direção, a cineasta brasileira conquistou alguns prêmios internacionais. No entanto, graças ao segundo filme, Eliane Caffé ganhou projeção pelo Brasil e continuou se destacando nos principais festivais em diversos países.
O que assistir:
- Kenoma – 1998
- Narradores de Javé – 2003
- O sol do meio dia – 2010
- Era o hotel Cambridge – 2017 (Apple TV)
Haifaa Al-Mansour
Ela é a primeira mulher a se tornar diretora de cinema na Arábia Saudita, país em que, até 2011, não havia salas para exibição de filmes.
O que assistir:
- Mulheres sem sombras – 2005
- O sonho de Wadjda – 2012 (Netflix)
- Mary Shelley – 2017 (Netflix)
- Felicidade por um fio – 2018 (Netflix)
- A Candidata Perfeita – 2019 (Telecine, Globoplay, Looke, Now Net Claro e Google Play)
Jane Campion
A cineasta australiana entrou com o pé-direito neste ano. É a primeira mulher a ter duas indicações na categoria de melhor direção na história do Oscar. A primeira foi por “O piano” e, agora, com “Ataque dos Cães”. Ela também foi a única mulher a ganhar a Palma de Ouro de Melhor Filme em Cannes.
O que assistir:
- Peel – 1986
- Um anjo em minha mesa – 1990
- O piano – 1993 (Looke, Telecine e Globoplay)
- Retratos de uma mulher – 1996 (Oi Play TV)
- Em carne viva – 2003 (Netflix)
- O brilho de uma paixão – 2009 (Amazon Prime, Looke, Google Play e Mubi)
- Ataque dos Cães – 2021 (Netflix)
Kasi Lemmons
Com “Harriet”, uma das expoentes cineastas negras alcançou indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, ambas nas categorias melhor canção original e melhor atriz para Cynthia Erivo. Na TV, um dos seus trabalhos mais conhecidos é a minissérie “A Vida e a História de Madam C.J. Walker”. Atualmente, ela está trabalhando na cinebiografia da cantora Whitney Houston.
O que assistir:
- Fale Comigo – 2007
- Harriet – 2019 (Apple TV)
- A Vida e a História de Madam C.J. Walker – 2020 (Netflix)
Kathryn Bigelow
Ela foi a primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção pelo filme “Guerra ao Terror” e foi nomeada uma das pessoas mais influentes do ano pela revista Time. Na década de 1990, Kathryn se destacou por dirigir duas grandes promessas do cinema: Keanu Reeves e Patrick Swayze no clássico “Caçadores de Emoção”.
O que assistir:
- Quando chega a escuridão – 1987 (Oi Play TV e Telecine)
- Caçadores de emoção- 1991 (Amazon Prime, Paramount, Telecine, Net Now, Oi Play TV, Pluto TV)
- Estranhos prazeres – 1995
- K-19: The Widowmaker – 2002
- Guerra ao terror – 2008 (Netflix, Claro Video, Pluto TV, Apple TV)
- A hora mais escura – 2012 (Netflix, Claro Video, Pluto TV, Looke)
- Detroit em Rebelião – 2017 (Looke, Google Play, Apple TV)
Kimberly Peirce
Foi por meio de “Meninos não choram” que Kimberly conquistou a fama. O filme deu o Oscar de melhor atriz para Hilary Swank. Anos depois ela comandaria a releitura da mais famosa obra do escritor Stephen King: “Carrie – a estranha”.
O que assistir:
- Meninos não choram – 1999 (Star +)
- Stop-Loss – A lei da guerra – 2008 (Apple TV, Amazon Prime, Microsoft)
- Carrie, a estranha – 2013 (Amazon Prime, Apple TV e Google Play)
Laís Bodanzky
A diretora brasileira levou o Grande Prêmio Brasil por “Bicho de sete cabeças”. A obra está entre os melhores filmes nacionais de todos os tempos.
O que assistir:
- Cine Mambembe, o cinema descobre o Brasil – 1999
- Bicho de sete cabeças – 2001 (Netflix, Belas Artes à La Carte, Now Net Claro, Apple TV)
- Chega de saudade – 2007
- As melhores coisas do mundo – 2010 (Netflix, Globoplay, Looke)
- Como nossos pais – 2017 (Netflix, Net Now Claro, Looke)
Essa lista não termina aqui, não, viu?! Na segunda e última parte da nossa matéria especial você confere mais dicas de mulheres renomadas e que são promessas da sétima arte.
Fontes de pesquisa: