*Texto atualizado. Publicado em maio de 2007.
Confessions on a dance floor, nome do décimo disco da Rainha do Pop, promete e cumpre a intenção. Transformar o mundo em uma pista de dança.
Isso, de fato, Madonna conseguiu inclusive com a turnê Confessions Tour, lançada no dia 21 de maio de 2006, nos EUA.
Na época, com maior arrecadação feita por uma artista feminina em turnês, com mais de 194 milhões de dólares, mais de 60 shows e 1,2 milhões de espectadores. Madonna viria quebrar o seu próprio recorde com a série de shows da Sticky & Sweet Tour (2008-09), sendo a turnê mais rentável da história.
Confessions é um dos melhores show de Madonna nos seus 20 anos de carreira. É mais umas das turnês em que ela própria se supera. Reina absoluta.
Future Lovers/ I feel love abre o show com Madonna surgindo em um imenso globo metálico, num figurino que remete ao uniforme dos praticantes de hipismo, com um toque pra lá de sadomasoquista. Destaque para a coreografia que imita galopes de cavalo.
Get Together, Like a virgin (apresentação da cantora, em uma sela de cavalo, é simplesmente memorável) e Jump encerram o primeiro ato com maestria.
O show é um caleidoscópio cênico. É a marca das turnês da cantora, característica que tem se intensificado desde Blondie Ambition.
As passagens de um ato para o outro são tecnicamente admiráveis. É ali que Madonna mostra por que seus bailarinos são os melhores e um show à parte.
O tom religioso e místico ganha mais força em Confessions. Live to tell traz a polêmica encenação da crucificação. Forbidden Love faz referência ao conflito entre judeus e palestinos.
O remix de Sorry dá o recado político, contestador e provocante, ao projetar no telão as imagens de Condoleeza Rice, Hittler, Saddan Hussein e o Papa.
Mesmo com polêmicas desafiadoras, Confession é uma festa. Mas não uma festa qualquer. É uma mescla de referências: anos 70, 80, 90, 00, parkour, folk, ABBA, Pet Shop Boys, disco, Cabala etc.
E haja sensualidade em doses de TNT. Madonna leva o público ao delírio com performances de Like or not e Erotica, aliás, esta é umas das melhores releituras da sua carreira. E há de se destacar a parceria marcante com o cantor árabe Isaac em Drowned world/my substitute for love e Paradise (Not for me).
A cantora mostra o que é realmente ser uma diva, reinar em plena majestade nos seus quase 50 anos, com espírito de uma dancing queen. Nos bastidores da turnê, a artista afirma: “eu gosto de ser arte”. Alguém duvida?
Madonna no Coachella
E se você quer matar um pouco da saudade da era Confessions, a Rainha do Pop disponibilizou no seu canal do YouTube uma trecho do pocket show, realizado no Coachella, em 2006. Confira: