Coringa é a obra-prima da sétima de arte que faz um alerta sobre a decadência da humanidade atual.
Todd Phillips (trilogia Se Beber Não Case e Borat – o Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América) paga um preço muito alto ao percorrer uma outra construção de um personagem lendário.
O diretor distancia-se bastante das HQs e das marcas autorais dos atores Jack Nickolson e Heath Ledger. Não é um Coringa fanfarrão de Tim Burton. Tampouco é o Coringa psicopata de Christopher Lohan.
Joaquin Phoenix constrói o algoz social mais emblemático da história do cinema: um sociopata com profundos e constantes delírio e surto colossais.
A semente marginal que frutifica em um sistema político falido e numa sociedade violenta, hipócrita e desigual, porém à espera de um milagre messiânico que represente suas frustrações pessoais.
O filme traça os gatilhos que vão culminar no palco perfeito para o show de horrores de um palhaço que luta impiedosamente para ser conectado ao seu redor.
Joker não é o retrato dos déspotas que estão no poder no contexto atual.
É, na verdade, aquilo que virá desse picadeiro sustentado por desigualdade social e desprezo pelo que é diferente e que aplaude a humanidade sendo jogada às traças.