“A palavra vacina vem do latim vaccinus, de vacca (vaca). Sua origem está relacionada à descoberta do médico inglês Edward Jenner, que percebeu que algumas mulheres que ordenhavam vacas eram imunes à varíola, por terem se contaminado com cowpox (doença benigna do gado semelhante à varíola).”
Revista da Vacina
Em pleno século XXI, aquele trabalho começado lá atrás, em 1878, nas mãos de Edward Jenner, considerado o pai da vacinação, parece ter encontrado um outro inimigo, agora visível aos olhos.
Nos últimos anos, os especialistas em saúde pública viram o movimento contra vacina ganhar um fôlego nada saudável.
Movimento contra vacina? Isso mesmo. Para entender melhor essa história, é necessário voltar um pouco no tempo.
Em 1999, o cirurgião britânico Andrew Wakefield publicou uma pesquisa na renomada revista científica The Lancet. Ele afirmava que a vacina tríplice (que atua contra o sarampo, caxumba e rubéola) causava dificuldade de interação social e comunicação, características presentes entre os autistas.
Logo a farsa de Wakefield veio à tona e descobriu-se que ele havia forjado os resultados. Mesmo assim, o estrago já estava feito. Décadas depois, essa ideia foi ressuscitada por vários grupos ao redor do mundo e até pelo presidente dos EUA Donald Trump.
Um outro efeito colateral
Em dezembro de 2018, a apresentadora de TV Bre Payton morreu, aos 26 anos, em decorrência de gripe suína (H1N1), agravada por um quadro de meningite. Detalhe: ela defendia abertamente a extinção das vacinas. Um outro ativista contra vacinação, o italiano Massimiliano Fedriga, foi internado no ano passado, para se tratar de uma catapora.
Essa tendência antivacina é tão levada a sério que a Organização Mundial de Saúde (OMS) listou o movimento com uma das dez maiores ameaças à saúde em 2019.
E no Brasil…
Infelizmente, o nosso país registra queda na adesão da população a várias vacinas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, em 2016, a meta de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) – que é erradicada desde 1990 – não foi cumprida. O Brasil só imunizou 86% da população. A meta era 95%, conforme recomendação da OMS. Essa é considerada a pior taxa nos últimos 12 anos.
Neste ano completam-se duas décadas de campanha nacional de vacinação contra gripe, que já começou a todo vapor e tem a meta de levar 58 milhões de pessoas aos postos em todo país. De acordo com o Ministério da Saúde, até o dia 23 de março, foram registrados 255 casos de influenza, com 55 mortes.
E, quando receber qualquer tipo de notícia contra vacinas, pesquise. O melhor antídoto nestes casos é a informação. Para saber mais sobre os mitos que envolvem a vacinação, acesse: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/perguntas-e-respostas/53294-10-mitos-sobre-vacinacao.