As mulheres ainda são minoria nos cargos de chefia nas empresas brasileiras. Elas representam apenas 37,8% dos cargos gerenciais, segundo o IBGE.
No passado, as coisas também não foram fáceis. Pensar em mercado de trabalho? Nada disso! As mulheres eram educadas só para os afazeres domésticos e o casamento.
No Dia Internacional da Mulher, nada mais necessário que conhecer a história de personagens femininas ousadas que abriram caminhos para as conquistas de hoje.
Dandara (- 1694)
Foi rainha do Quilombo dos Palmares, o maior centro de resistência contra escravidão dos negros no Brasil, erguido no século XVII, na Serra da Barriga, região de Alagoas. A guerreira, que lutou ao lado do marido, Zumbi dos Palmares, teve um fim trágico. Encurralada, pulou de um precipício para não ser presa pelos oficiais do governo na época.
Para assistir:
- Em 1984, a atriz Zezé Motta interpretou a personagem no filme “Quilombo”, de Cacá Diegues.
- A série norte-americana “Cara Gente Branca”, do Netflix, fez um vídeo promocional em que a protagonista apresenta a história de Dandara e Zumbi, em um programa de rádio.
Maria Quitéria (1792-1853)
Ela foi a primeira mulher a fazer parte do Exército brasileiro e liderou um batalhão feminino. Para entrar na tropa, ela se disfarçou de homem. Fugiu, com a farda do cunhado, às escondidas do pai. A verdade só veio à tona quando Maria Quitéria de Jesus Medeiros já tinha participado de vários combates. O comandante a manteve, pois ela era um dos melhores soldados. Seu exemplo abriu portas para outras mulheres se alistarem.
Para ler: “Maria Quitéria – a Joana D’Arc Brasileira”, de Monica Buonfiglio.
Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885)
Educadora e primeira feminista brasileira. Nasceu em Papari, município do Rio Grande do Norte, que, atualmente, leva o seu nome. Aos 13 anos, abandonou o marido. Casou-se novamente e, depois, fundou o Colégio Augusto, no Rio de Janeiro, onde as mulheres puderam, pela primeira vez, ter acesso ao ensino de ciências e línguas.
Para ler: “Nísia Floresta: uma Mulher à Frente do Seu Tempo”, de Paulo Corrêa Barbosa.
Bertha Lutz (1894-1976)
Cientista e política, ela lutou pelo voto feminino e pela legislação em prol das trabalhadoras no Brasil. Foi secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro e a única mulher da delegação brasileira a participar da Conferência de São Francisco, que criou a ONU, em 1945.
Para ver: mini-documentário Mulheres da Ciência – Bertha Lutz
Nise da Silveira (1905-1999)
Nascida em Maceió, ela usou a arte para tratar problemas de saúde mental nos manicômios. A psiquiatra alagoana rompeu barreiras ao ir na contramão do tratamento usado nas décadas de 1930 e 1940. Fundou o Museu de Imagens do Inconsciente em 1952, no Rio de Janeiro.
Para assistir: Filme “Nise – o coração da loucura” (2017), de Roberto Berliner. A atriz Glória Pires interpreta a protagonista.
Para visitar: Museu de Imagens do Inconsciente – Rua Ramiro Magalhães, 521 – Engenho de Dentro – 2ª a 6ª, das 9h às 16h, entrada gratuita.
*Montagem da foto: Paulo Alexandre