Personalidades de diversas áreas se tornaram destaque no projeto “Donas da Rua”, da Turma da Mônica, revista em quadrinhos física e digital, desenvolvida pela Mauricio de Sousa Produções.
A iniciativa, que dá visibilidade a escritoras que possam servir de inspiração para meninas e mulheres, chegou a ser apresentada durante a 26ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.
De acordo com o projeto, o objetivo também é “agregar conteúdos que vão demonstrar, por meio de histórias e exemplos, como meninas do Brasil e do mundo podem exercitar seu direito de ser o que quiserem e entender melhor conceitos como empoderamento e igualdade de oportunidades”. A proposta segue os Princípios de Empoderamento das Mulheres, plataforma da ONU Mulheres e Pacto Global.
Os 10 fundamentos de Donas da Rua
- Empoderamento das meninas: queremos que cada menina seja sua própria heroína.
- Identidade: as meninas combinam com o que quiserem ser.
- Igualdade de direitos: meninos e meninas precisam ter seus direitos respeitados e isso inclui também o direito de brincar, de se informar, de se divertir.
- Diversidade – não importa a origem, etnia, religião, estrato social, local de moradia, se tem alguma deficiência ou não, toda menina é uma Dona da Rua.
- Acesso a serviços de saúde: para poder usufruir de seus direitos, é preciso, em primeiro lugar, ter saúde, o que inclui acesso à alimentação adequada, atendimento médico, vacinas e medicamentos.
- Acesso à educação de qualidade: para conquistar seus sonhos é preciso ter escola de qualidade. E estudar, claro!
- Oportunidades: que elas sejam, cada vez mais, iguais para todos e que as meninas possam aproveitá-las.
- Autoestima: que as meninas possam ser felizes do jeito que são, sem achar que precisam mudar sua aparência ou jeito de ser.
- Segurança das meninas e direito à proteção: nenhuma menina deve sofrer violência. Todas têm direito a ser protegidas de abuso e exploração.
- Acesso aos esportes: praticando esportes, as meninas ganham consciência corporal e aprendem a superar limites e trabalhar em equipe.
Nos ambientes digitais, o público vai poder encontrar informações sobre as seguintes personagens: Mônica, Magali, Rosinha, Marina, Bonga, Dorinha e tantas outras; e, inclusive, sobre mulheres que fizeram (e fazem) história nas artes, na ciência e no esporte.
As personalidades homenageadas também ganharam sua própria ilustração desenhadas com traços das personagens dos gibis. Veja os exemplos:
Milena, a mais nova protagonista da turminha, descrita como repleta de atitude e com uma autoestima nas alturas, encarna a escritora portuguesa Djaimilia, autora de obras como “Esse cabelo”, “Luanda”, “Lisboa”, “Paraíso” e “Três Histórias de Esquecimento”, publicadas em Portugal, Brasil, Estados Unidos, Itália, Argentina, nos países de língua alemã e China.
Tati é uma garotinha alto-astral, com síndrome de Down, que aposta em saídas inteligentes e divertidas para qualquer situação. É carinhosa, criativa, ama os seus amiguinhos (“fofos”, como ela costuma chamar) e faz qualquer coisa para vê-los felizes. Ela também é uma homenagem à Tathiana Heiderich, filha de Patrícia e Fernando Heiderich, coordenadores do Instituto MetaSocial, que trabalha há mais de 19 anos desenvolvendo ações, junto à mídia, para promover a inclusão social.
No projeto Donas da Rua, ela serviu de ilustração para Jessica Pereira, considerada a primeira empreendedora com síndrome de Down a se formalizar no Brasil. Em 2017, ela fundou o Bellatucci Café. O empreendimento nasceu no bairro do Cambuci e depois se mudou para Pinheiros, em São Paulo.
Aninha é considerada a conselheira da Turma da Mônica, madura e decidida. Ela representa Verena Paccola, estudante da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo), que, aos 22 anos, foi premiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações pela descoberta de 25 asteroides para a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos.
Dorinha é uma garota cega e uma das mais novas integrantes da Turma da Mônica. Ela reconhece seus amigos pela voz, pelo cheiro, e está sempre enturmada. Nas histórias, brinca normalmente como qualquer criança e surpreende os amigos com suas habilidades e sentidos aguçados como o tato, a audição e o olfato. Está sempre com uma bengalinha numa mão e, na outra, a coleira do Radar, um labrador esperto e carinhoso que a ajuda a se guiar. Estreou na edição nº 221 do gibi da Mônica, editora Globo.
Em Donas da Rua, ela se tornou o avatar de Thalita Vitória Simplicio da Silva, que nasceu em Natal (RN), com glaucoma (doença conhecida por provocar lesões no nervo óptico, podendo levar à cegueira). A atleta paralímpica já acumula mais de 50 medalhas no atletismo.
Suas principais conquistas até agora foram a medalha de ouro nos 400m e a prata nos 200m, no Mundial de Dubai – 2019; a medalha de prata nos 100 m e nos 200m, nos Jogos Parapan-Americanos de Lima – 2019; a medalha de prata no revezamento 4x100m, nos Jogos Paralímpicos – Rio 2016; a medalha de bronze nos 400m, no Mundial Doha 2015; e a prata no salto, nos 200m e nos 400m, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto – 2015. Ufa!
Thalita também foi aprovada para cursar a faculdade de Fisioterapia da UnP (Universidade Potiguar) e sonha em trabalhar com reabilitação e neurologia.
No início dos anos 90, quando foi criada, Denise era apenas a amiguinha da Mônica e da Magali e mais uma personagem secundária. No entanto, nos últimos tempos, seus bordões, sua atitude e seu jeitinho fofoqueiro a alçou como “a mais descolada da turma”! É considerada uma amiga leal e destemida, que enfrenta qualquer um que queira fazer mal aos seus amigos.
Denise ilustra a Fadinha do Skate, ou seja, Rayssa Leal, que é a atleta mais jovem da história do Brasil nas Olimpíadas. A skatista, que terá 13 anos e sete meses no início dos jogos de Tóquio, chega à Olimpíada como favorita à medalha na modalidade street.
Conte sua própria história
O projeto Donas da Rua também dá a oportunidade para que o público feminino possa contar a sua própria história. O que a faz se sentir uma dona da rua? É jogar videogame? Tocar guitarra? É fazer parte de um projeto social ou ser uma amiga bacana? Para participar, acesse aqui.
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