Foto: SHVETS production
Você já parou para refletir como será sua forma de consumir nos próximos anos? E como isso irá afetar o mundo dos negócios (e até mesmo do trabalho)?
Um estudo elaborado por um grupo de estrategistas e futuristas da Dentsu, uma das mais renomadas agências de publicidade do mundo, traz previsões sobre esse mercado.
O levantamento “Dentsu Creative Trends 2022: A Nova Ordem Mundial” foca nos eixos Realidades Alternativas, Propriedade Redistribuída, Dissociação Consciente, Geração “Eu também” e Bolhas Pessoais.
O tema Bolhas Pessoais irá exigir das empresas e marcas uma atenção particular, pois elas terão que aprender a falar com esse novo consumidor, conforme aponta a matéria do Valor.
No texto, a australiana Tania Yuki, líder de marketing da Comscore, aponta um cenário desafiador, assustador, confuso e complicado, onde as marcas terão que repensar as estratégias de cima para baixo. Haverá também uma maior aproximação das empresas com os consumidores, em que uma linha tênue ficará difícil de definir.
É o mesmo ponto de vista abordado pela representante da Dentsu Ana Leão: “Estamos passando do e-commerce para me-commerce”, ou seja, consumidores se transformando nos próprios vendedores de uma determinada marca.
É possível furar a bolha?
“Neste novo cenário, as marcas têm um importante papel a desempenhar tanto na criação de pontos de conexão cultural, quanto na capacitação dos usuários para se reunirem em novas formas de compartilhar, colaborar, reutilizar e reestruturar.”
Segundo o estudo da Dentsu, disponível aqui em inglês, o tema Bolhas Pessoais se desdobra, da seguinte maneira:
- “Enquanto alguns reagem a um clima ansioso, construindo conexões virtuais, outros se retraem em espaços pessoais cada vez menores; vemos um maior foco no corpo, no lar e na vizinhança, em um mundo intimidador.”
- “O corpo e os dados gerados se tornam uma fonte de verdade e segurança; vemos novos players entrando no espaço do bem-estar, trazendo consigo uma série de sensibilidades para navegar, como a privacidade.”
- “Embora experiências ao vivo estejam retornando, nossas casas viraram nossos escritórios, academias, bares e salas de cinema. Vemos um aumento do investimento em experiências em casa, juntamente com um desejo ansioso de tornar a casa mais auto-suficiente.”
- “Privados da oportunidade de viajar, redescobrimos a força do bairro e as alegrias do local.”
- “Novas plataformas estão acelerando e revivendo velhos costumes de bairro, como o aplicativo de compartilhamento de comida Olio, criando um Bairro Digital onde os usuários podem pegar emprestado uma xícara de açúcar de um vizinho virtual.”
Uma volta ao passado recente
Um outro estudo, presente no e-book “Consumers Trends – Um olhar sobre as tendências de consumo, dos consumidores e de pessoas”, faz uma análise comparando com as transformações nos últimos anos:
- “2020: trouxe as mudanças. Drásticas, inesperadas e jamais vistas antes.”
- “2021: foi um período de maior adaptação, que chegou junto com a esperança de um futuro mais tranquilo e, sobretudo, longe do pior que a pandemia nos trouxe.”
- “2022: é um ano que chega depois de períodos conturbados, agitados e marcados por grandes transformações.”
A pesquisa destaca inclusive que, nos últimos 2 anos, 58% dos brasileiros mudaram os hábitos de alimentação para melhor e 43% diminuíram o consumo ou deixaram de comer produtos ultraprocessados.
Quando o assunto é bem-estar, 72% passaram a se preocupar mais com a própria saúde. A pandemia mudou também a maneira como 66% enxergam o trabalho em suas vidas e 70% avaliaram que o home office é uma tendência que não irá sair de moda. Aliás, 41% vão procurar uma empresa na qual possam trabalhar remotamente, se mudarem de emprego.
Sobre hábitos digitais, 61%afirmam ter se tornado mais “tecnológicos” e aprenderam a usar tecnologias novas nos últimos 2 anos, 72% dizem que têm objetos de tecnologia que facilitam suas vidas em casa e 41% passaram a comprar on-line de pequenos e médios negócios.
E você? Seus hábitos de consumo também mudaram? O que espera do futuro próximo em relação a esse tema? Compartilhe sua opinião nos comentários.