Empresas que contratam profissionais com Síndrome de Down saem na frente, inclusive quando o assunto é “saúde organizacional”. É o que revela um levantamento da McKinsey, publicado pelo site Run.run.it, que reuniu dados de líderes de RH, instituições de apoio e mais de 1.800 funcionários que trabalham com esse público.
Mas, primeiramente, o que viria ser “saúde organizacional”? De acordo com a McKinsey, “é a capacidade de uma organização de se posicionar, executar seu trabalho e se renovar mais rapidamente do que suas concorrentes”, ou seja, “quanto mais saúde organizacional, por mais tempo a empresa conseguirá sustentar um desempenho excepcional”.
E quais são as principais características positivas dos colaboradores com Síndrome de Down para as organizações? Segundo o texto, esses são os principais pontos:
- Comunicam-se de forma objetiva, transparente e simples;
- Percebem o que os outros estão sentindo e mostram empatia;
- Ligam-se aos outros de forma afetuosa, especialmente aos seus supervisores diretos;
- Levam a gestão de conflitos da empresa a ser aprimorada;
- Inspiram paciência, compaixão, tolerância e empatia;
- Estimulam o amadurecimento e a estabilidade emocional da equipe em um ambiente de trabalho em dias de pressão.
O estudo também aponta que 78% dos entrevistados acreditam que se sentiram mais motivados com a inclusão de pessoas com Síndrome de Down, 86% notaram o impacto positivo na resolução de conflitos e 88% revelaram que a relação da equipe se tornou mais confiável e transparente.
Em um dos cases apresentados na matéria, de uma rede de drogarias, os profissionais com Síndrome de Down contratados pela organização relatam a importância do trabalho como estímulo de felicidade, de realização e melhoria da qualidade de vida, pois eles desenvolvem novas habilidades, conhecimentos técnicos e independência. A meta da empresa é ter, pelo menos, um profissional com deficiência em cada uma das 900 lojas.
“Em uma pesquisa com gestores da rede Raia Drogasil, mais de 80% dos entrevistados concordaram com o impacto positivo provocado e ainda contaram ter recebido e-mails de clientes elogiando o programa de incluir pessoas com deficiência no local de trabalho.”
Para conhecer outras vivências a respeito do assunto, ouça o podcast “Inclusão de pessoas com síndrome de Down”, da consultoria Mais Diversidade. O entrevistado do programa é Henri Zylberstajn, empreendedor social, fundador do Instituto Serendipidade, organização social que atua com a inclusão de pessoas com deficiência intelectual, e cofundador da Escola de Impacto. Ele abordou a própria experiência como pai de uma criança com síndrome de Down e a importância da família nessa missão.
Pessoas com Síndrome de Down no cinema
E, por falar em experiências, a sétima arte traz alguns exemplos de filmes que retratam as pessoas com Síndrome de Down. É uma oportunidade para compreender como essa comunidade vivencia diversos cenários desafiadores e inspiradores até mesmo para sua trajetória profissional. Vamos conhecer alguns?
Nós sempre o amaremos – dir. Michael Katleman (1993)
Um casal, que acaba de ter filhos gêmeos, decide entregar à adoção o bebê com Síndrome de Down para uma família que já possui 13 crianças na mesma situação. No entanto, os avós maternos entram na justiça para impedir que isso vire realidade. Disponível: internet. Classificação indicativa: livre.
Anita – dir. Marcos Carnevale (2009)
Uma jovem com síndrome de Down, que vive em Buenos Aires, começa a vagar indefesa pela cidade, mas acaba encontrando outras pessoas dispostas a ajudá-la. Disponível: Amazon Prime e Mubi. Classificação indicativa: 12.
City Down – A História de um diferente – dir.: José Mattos e P.C. Nogueira (2011)
Com elenco, em sua maioria, de atores com síndrome de Down, o filme mostra um ambiente familiar enfrentando diversos problemas comuns e sua adaptação a novos integrantes. Disponível: internet. Classificação indicativa: livre.
Colegas – dir. Marcelo Galvão (2013)
Três grandes amigos resolvem roubar o carro de um jardineiro e sair de um instituto para pessoas com síndrome de Down, em busca dos próprios sonhos. A turma se inspira em filmes exibidos na videoteca da instituição. A aventura dos jovens toma uma proporção inimaginável, com a cobertura da imprensa e uma dupla de policiais atrapalhados atrás deles. Disponível: Netflix. Classificação indicativa: 10.
De onde vem a esperança? – dir. Chris Dowling (2014)
Um ex-jogador de beisebol, depois de passar por sérios problemas profissionais e pessoais, encontra-se em depressão. Sua vida muda totalmente quando conhece um jovem com Síndrome de Down que trabalha num mercado local. Disponível: Amazon Prime, YouTube, Google Play e Apple TV. Classificação indicativa: 12.
Um chamado especial – dir. Donald Leow (2014)
O filme gira em torno de um grupo de adolescentes populares que fazem uma campanha falsa para eleger uma garota com Síndrome de Down como a Rainha do Baile da escola. A história é inspirada em eventos reais de bullying testemunhados por adolescentes. Disponível: internet. Classificação indicativa: livre.
Cromossomo 21 – dir. Alex Duarte (2016)
Vitória é uma menina com Síndrome de Down que leva a vida como qualquer jovem de sua idade. Entre aulas de natação, piano e faculdade, conhece Afonso e a paixão é instantânea. Os dois vão começar uma história de amor que nenhuma diferença pode abalar. Disponível: YouTube, Google Play e Amazon Prime. Classificação indicativa: Livre. Para conhecer o projeto por trás do longa-metragem, acesse: https://cromossomo21.com.br/o-filme/.
A história de Jan – dir. Bernardo Moll Otto (2016)
Após receber a notícia que o filho teria Síndrome de Down, um pai resolve superar os medos criando um blog para exibir o dia a dia em família. O longa-metragem reúne material gravado ao longo de seis anos. Disponível: Amazon Prime. Classificação indicativa: livre.
O filho eterno – dir. Paulo Machline (2016)
Baseado numa história verídica, o filme retrata a jornada de um pai de primeira viagem e o nascimento do seu bebê com Síndrome de Down. O protagonista também terá que lidar com o medo, as incertezas, a insatisfação e a vergonha que o rondam, durante os anos de desenvolvimento da criança. Disponível: Globoplay. Classificação indicativa: 14.
Um lugar para todo mundo – dir. Olivier Bernier (2021)
O documentário relata os obstáculos do pequeno Emílio, com Síndrome de Down, e sua família, que tenta incluí-lo no sistema educacional norte-americano. Disponível: Google Play, Amazon Prime e YouTube. Classificação indicativa: livre.
Foto: Mikhail Nilov via Pexels