Eventos climáticos, como chuvas torrenciais, serão cada vez mais frequentes. Esse é um dos alertas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). O levantamento inclui, também, atenção para os crescentes registros de secas e incêndios florestais em diversos países.
Recentemente, a tragédia no litoral paulista, na cidade de São Sebastião, comprova essa tendência. É um cenário preocupante, principalmente, por causa dos desastres relacionados às chuvas, como alagamentos, enchentes, enxurradas e deslizamentos, em que os prejuízos impactam tanto a população quanto o meio ambiente e o poder público.
O assunto é tão sério que, na semana passada, um jovem faleceu de leptospirose, depois de ter a casa inundada pelas fortes chuvas que atingiram o município de São Gonçalo, na Baixada Fluminense, no dia 13 de fevereiro. Guilherme Valentim, de 15 anos, ficou três dias internado em estado grave, após ter sido diagnosticado com a doença, conforme informa esta matéria.
E vale lembrar que “todos os anos, milhares de famílias têm de sair de suas casas (temporária ou definitivamente) e têm sua saúde física e mental exposta a diversos tipos de agravos e doenças”. É o que aponta a Cartilha de orientação à população no período de alerta de chuvas intensas.
O documento, elaborado pela equipe do Ministério da Saúde, dá orientações de como a sociedade pode se prevenir para evitar os danos humanos, entre outros agravantes.
Confira os principais trechos da publicação:
Cuidados gerais
“Informe-se com a Defesa e a Proteção Civil do seu município e com a equipe de saúde sobre as ameaças e os riscos aos quais a sua família está exposta. As ameaças podem ser de origem natural (enxurradas, enchentes, vendavais, chuvas de granizo etc.) ou de origem antropogênica, ou seja, causadas pelo ser humano (vazamento de gases e óleos etc.).”
“Se a sua casa se situar em um morro, não plante árvores de raízes curtas.”
“Não jogue troncos, móveis, materiais e lixo nos rios e córregos, pois esses objetos impedem o curso fluvial, provocando alagamentos.”
“Converse com a sua família (nota do autor: inclusive amigos ou conhecidos), sobre os riscos que estão expostos. Em família, monte um plano com um mapa do seu bairro ou da sua cidade. Combine locais de encontro, caso tenha de evacuar a casa. Tenha cuidado ainda maior caso na sua família exista pessoas com deficiência, crianças, adolescentes ou idosos.”
“As pessoas com mais de 60 anos podem ajudar nas estratégias, nos preparativos e na resposta aos desastres, especialmente quando conhecem o território onde vivem e possuem o histórico de acontecimentos e formas de atuação nas situações de desastres. No entanto, deve-se ter atenção maior com os idosos por poderem ter dificuldades na agilidade e locomoção.”
“Monte um kit com itens pessoais básicos, documentos (CPF, carteira de identidade, cartões de bancos), receitas médicas, medicamentos usados e de uso contínuo, Cartão do Bolsa Família, Cartão do SUS, Cartão de Vacina, Cartão da Gestante e Cartão do Idoso, entre outros. Ponha tudo em uma caixa para facilitar seu carregamento quando tiver que sair de casa às pressas.”
Cuidados com a sua saúde e a saúde da sua família
“Confira sempre o Cartão de Vacina de toda a família. Se alguma vacina não estiver em dia, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa para aplicar a vacina e atualizar o cartão. Guarde os cartões de vacina em um lugar seguro e leve-os com você se tiver de ir para um abrigo.”
“Guarde todos os medicamentos (comprimidos, insulina…) e insumos (seringas, termômetros…) em um lugar seguro.”
“Guarde os alimentos em lugares elevados, mantendo-os longe do alcance dos roedores, dos insetos e de outros animais, e para que a água da enchente e a lama não os alcancem.”
“Guarde os alimentos e a água engarrafada longe de produtos de higiene pessoal (sabonete, xampu, condicionador), produtos de limpeza (detergente, sabão, amaciante, alvejante, água sanitária), produtos para desinfestação do ambiente domiciliar (inseticida, raticida, larvicida), produtos de uso veterinário (contra pulgas e carrapatos) e produtos de uso em jardins (adubos, fertilizantes, inseticidas, fungicidas).”
“Evite o contato com a água e a lama das enchentes, pois elas podem estar contaminadas. Se não for possível evitá-las, não fique muito tempo em contato com a água das enchentes. Proteja as mãos e os pés com luvas e botas e, caso não os tenha, use sacos plásticos duplos.”
“Se tiver que evacuar a casa, vá para os locais indicados pela Defesa Civil ou para a casa de um parente ou amigo, conforme decidido no plano da sua família.”
A cartilha também informa quais são as doenças associadas às inundações e como evitá-las. As principais são:
- Tétano acidental
- Doenças de transmissão respiratória: meningite, gripe, tuberculose e difteria.
- Doenças que têm origem no consumo e contato com a água contaminada: cólera, febre tifoide, hepatite tipo A, leptospirose, giardíase, amebíase, gastroenterites diarreicas e esquistossomose.
Para conhecer o documento na íntegra, acesse a Cartilha de orientação à população no período de alerta de chuvas intensas. Compartilhe!