*Atualizado em 25/06/2021
Uma garotinha judia que emocionou (e ainda emociona) o mundo com sua história durante os horrores da Segunda Guerra. Aos 13 anos, ela começou a escrever num caderno seus relatos pessoais e sua visão sobre o mundo.
Dali em diante, as anotações dariam origem ao “Diário de Anne Frank”, um fenômeno no ramo literário mesmo depois de décadas.
No Brasil, ele costuma figurar entre os livros mais vendidos. No mundo, já atingiu mais de 35 milhões de cópias, segundo o The New York Times. Traduzido em mais de 70 idiomas e publicado em mais de 40 países.
Recentemente, a obra enfrentou a tentativa de censura da versão em HQ numa instituição escolar: pais de alunos da Escola Móbile, em São Paulo, entraram em contato com a direção do colégio por considerarem que a versão em quadrinhos do “Diário de Anne Frank” estava erotizando a personagem.
Quem foi Anne Frank
Anne Frank nasceu a 12 de junho de 1929, na cidade alemã de Frankfurt. Com o crescimento do ódio aos judeus no país e da pobreza extrema, a família decide se mudar para Amsterdã, na Holanda.
Com a ascensão de Adolf Hitler, a Holanda acaba sendo invadida pela Alemanha. Vendo a situação piorar, o pai de Anne Frank decide, então, construir um pequeno anexo secreto na sede da própria empresa.
Mais quatro pessoas juntam-se à família no Anexo Secreto (nome que Anne Frank dá também ao seu diário). A garota passava a maior parte do dia em silêncio e com medo, escrevendo histórias curtas, principalmente sobre o seu romance e o que lia no seu livro de Belas Artes.
Páginas do tempo
Anne Frank permanece no esconderijo durante dois anos e acaba sendo descoberta no local. Boa parte do seu diário é preservado e recuperado por dois amigos. É separada da família e enviada, junto da irmã, para um campo de concentração. Morre em 1945.
O pai de Anne Frank foi o único sobrevivente do grupo de oito pessoas que estavam no Anexo Secreto. Ele acabou sendo libertado do campo de concentração em Auschwitz, quando os russos invadiram o local.
Ele toma conhecimento do caderno de Anne Frank e os amigos o convencem a publicá-lo, já que Anne Frank expressava nas páginas seu grande sonho de se tornar escritora e jornalista.
Após uma tímida tiragem, o livro ganha repercussão internacional e é traduzido para mais de 70 línguas, sendo adaptado para teatro e cinema. O Anexo Secreto tornou-se o Museu de Anne Frank, aberto à visitação em Amsterdã.
Pontos de atenção na obra:
- o contexto histórico da Segunda Guerra Mundial;
- como Anne Frank lidou com suas inseguranças típicas da adolescência e as dificuldades num cenário imprevisível;
- como a família lidou com os conflitos pessoais dentro de um esconderijo apertado;
- será que podemos traçar um paralelo entre a situação vivida por eles e as dificuldades geradas durante o confinamento e isolamento social na pandemia do Covid-19?
Anne Frank no cinema e na televisão
Anne Frank não só comoveu o mundo com suas páginas do diário. O conteúdo continua sendo tema de filmes, séries, documentários e pesquisas. Separamos uma lista com os principais destaques:
- Anne Frank – Vidas Paralelas (dir. Anna Migotto , Sabina Fedeli, 2019) – A vencedora do Oscar Helen Mirren retrata a vida de Anne Frank por meio da leitura do diário, em paralelo ao depoimento de cinco mulheres que, quando crianças e adolescentes, foram levadas para campos de concentração. Disponível: Netflix.
- Escritores da liberdade (dir. Richard LaGravenese, 2007): uma professora usa a obra e vida de Anne Frank como símbolo de superação aos preconceitos da sociedade e como exemplo para lidar com o passado histórico.
- Minha querida Anne Frank (dir. Alberto Negrin, 2009) – Disponível: Amazon Prime.
- O diário de Anne Frank (dir. Jon Jones, 2009) – Disponível: na web.
- O diário de Anne Frank (dir. Hans Steinbichler, 2016) – Disponível: Google Play, Apple TV, Looke.
- O diário de Anne Frank (dir. George Stevens, 1959) – Disponível: Telecine.
Recentemente, a obra também foi adaptada para uma websérie, de 15 episódios, no YouTube. Os vídeos, com legendas em português, espanhol, inglês e alemão, têm a proposta de trazer um outro formato para contar a história de Anne Frank. Sucesso de audiência, o programa já foi visto mais de 1,5 milhão de vezes.