O que Mickey Mouse, Gracilianos Ramos, Charles Chaplin e Peter Pan têm em comum? Imagine só! São nomes de personagens ou autores cujas obras entram em domínio público em 2024.
Mas o que isso quer dizer? Livros e filmes publicados em 1928 podem ganhar adaptações sem precisar de autorização, já que tiveram o seu prazo de proteção de direitos autorais, de 95 anos, expirado.
Como informa esta matéria de O Globo, isso significa que personagens e histórias podem ser adaptados em diversas mídias, sem qualquer permissão.
Lembra o que aconteceu com o Ursinho Pooh em 2023? O personagem, até então fofo, ganhou uma versão macabra no filme de terror “Winnie-the-Pooh: Blood and Honey”. A segunda parte está prevista para estrear este ano. Dá-lhe mel e sangue na tela!
Então, prepare a sua imaginação e expectativa. Nesta matéria do Nexo, há uma lista das principais obras e seus personagens que já podem ser adaptados. Vamos conhecê-los?
O primeiro Mickey
Conforme aponta a matéria, após anos de batalhas judiciais e tentativas de mudanças legislativas, a Disney não conseguiu adiar o inevitável. A partir de 1º de janeiro, a primeira versão do Mickey, criada por Walt Disney e Ub Iwerks, que aparece nos curtas “Steamboat Willie” e “Plane Craze”, ambas de 1928, poderão ser reproduzidas livremente.
A mudança de status vale apenas para o Mickey original da Disney. Versões posteriores do personagem continuam sob direito autoral da empresa.
Graciliano Ramos
Nascido em Alagoas, Graciliano Ramos (1892-1953) é referência na nossa literatura brasileira. Entre seus principais livros estão “Vidas secas”, “Angústia”, “São Bernardo” e “Memórias do cárcere”.
A partir de 1º de janeiro, a obra completa de Ramos estará em domínio público. De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, algumas editoras já planejam novas edições dos livros do autor.
O Ursinho Pooh
Alan Alexander Milne (1882-1956), foi um escritor inglês, mundialmente conhecido por suas obras infantis. É principalmente lembrado por suas criações no universo encantado do Ursinho Pooh.
Em 2024, o livro “A casa de Pooh” entra em domínio público. A obra foi responsável por expandir o universo do personagem, introduzindo personagens icônicos como Tigrão. A mudança de status acontece apenas para os livros de Milne. As adaptações feitas pela Disney continuam sob proteção de direitos autorais.
O amante de Lady Chatterley
D.H. Lawrence, ou David Herbert Lawrence (1885-1930), foi um escritor britânico do século 20.
Em 2024, a principal obra do autor – “O amante de Lady Chatterley” – entra em domínio público. A obra explora a relação da protagonista com um criado, depois que seu marido volta paraplégico da Primeira Guerra Mundial e se distancia emocionalmente dela. O livro é um marco da literatura, na forma como retrata questões de classe, moralidade e a busca por uma conexão genuína e significativa.
Luzes de Nova York
“Luzes de Nova York” é um filme norte-americano de 1928, dirigido por Bryan Foy. Considerado um marco na transição do cinema mudo para o sonoro, o primeiro filme com falas conta uma história de crime e romance que se passa nas movimentadas ruas de Nova York durante a Lei Seca. Com a mudança de status, o longa poderá ser reproduzido livremente sem a necessidade de autorização ou pagamento de direitos autorais.
Peter Pan
“Peter Pan”, peça de JM Barrie que se tornou um clássico, também entra em domínio público a partir de janeiro de 2024. A trama gira em torno de um garoto que se recusa a crescer e vive na Terra do Nunca, um lugar mágico onde a imaginação é infinita.
Chaplin
Também poderá ser distribuído livremente o filme “O circo”, um dos mais marcantes da carreira de Charles Chaplin. Ele conta a história de um vagabundo (interpretado por Chaplin) que, por acaso, se torna a atração principal em um circo. Enquanto ele encanta o público com suas trapalhadas involuntárias, se apaixona pela filha do proprietário do circo. No entanto, o vagabundo enfrenta desafios, como competir com outro artista e lidar com a rejeição amorosa.
Orlando
“Orlando”, uma das principais obras de Virginia Woolf, entra em domínio público a partir de 2024. Ele conta a história de um nobre inglês que vive por séculos, começando no século 16 e atravessando diferentes épocas e gêneros. Inicialmente homem, Orlando acorda um dia como mulher e continua a explorar a identidade de gênero ao longo de mais de 300 anos. A obra já ganhou adaptações no cinema como o filme Orlando – A Mulher Imortal (Sally Potter, de 1992), disponível no Telecine e Amazon Prime.
Domínio público e criatividade
Como você pôde notar, o domínio público refere-se ao status legal de uma obra em que os direitos autorais expiraram, não foram renovados ou foram renunciados. Isso significa que a obra está disponível para o público em geral sem restrições de direitos autorais. Quando uma obra entra em domínio público, ela se torna uma parte valiosa do patrimônio cultural, proporcionando oportunidades para adaptações e reinterpretações.
A relação com a criatividade se fortalece ainda mais nesse processo. O acesso a obras no domínio público oferece um vasto tesouro de inspiração para artistas, escritores, cineastas e outros criadores. Eles podem reinterpretar, adaptar, remixar e expandir essas obras de maneiras novas e originais. Isso incentiva a inovação e a criatividade, pois fornece um conjunto diversificado de materiais para serem explorados.
Além disso, a entrada de obras no domínio público permite que a cultura evolua e se renove constantemente. Isso impulsiona o desenvolvimento cultural, permitindo que novas gerações de artistas e criadores construam sobre o trabalho daqueles que vieram antes.
A liberdade de usar e transformar obras do domínio público também pode levar a novas interpretações e expressões artísticas, enriquecendo, assim, a experiência cultural para a sociedade como um todo.
Portanto, a relação entre criatividade e obras que entram em domínio público é fundamental para a evolução contínua da arte e da cultura. E lembre-se: ao ter acesso tanto às obras originais quanto às adaptadas, você também poderá exercitar sua criatividade, pensamento crítico e visão de contexto.
Criatividade na prática
Neste artigo para o Quartz, Kara Cutruzzula apresenta uma abordagem inovadora para superar a sensação de estagnação que ocasionalmente nos aflige no trabalho ou em projetos pessoais. Ela propõe afastar-se da orientação exclusiva pela produtividade, abandonando listas de tarefas e agendas rigidamente definidas.
Em vez disso, ela introduz um método chamado “coagem”, que envolve registrar meticulosamente cada centelha de inspiração que surge ao longo do dia. Qualquer coisa é válida: desde ideias e conversas ouvidas no ônibus, até sonhos e perguntas ambiciosas.
Cutruzzula compartilha algumas dicas para estimular a criatividade, como escrever imediatamente ao acordar e evitar a imposição de prazos. No entanto, a ênfase está em não se deixar aprisionar por cobranças, bastando reservar um caderno para documentar esse processo inovador. Seguem algumas orientações presentes no texto:
- O que estou pensando (nosso plano de marketing, minhas oportunidades de podcast, metas do quarto trimestre)?
- Quais são as ideias mais malucas que posso imaginar (nossa nova campanha publicitária, o editor que fantasiei, uma nova agitação)?
- Qual foi a coisa mais intrigante que aprendi esta semana?
- Quem pode saber sobre (editar uma proposta de livro, concorrer a um cargo público, iniciar uma organização sem fins lucrativos)?
E aí? Pronto(a) para exercitar sua criatividade?