O que a “mágica da arrumação” e o programa 5S têm em comum? Os pontos de partida são a organização na vida, seja no lado pessoal ou profissional, e, claro, a origem japonesa de ambos.
“A mágica da arrumação” dá nome a um dos livros mais vendidos da consultora Marie Kondo. A escritora tem quatro publicações sobre o tema, que foram traduzidas para mais de 40 idiomas, ultrapassando a marca de oito milhões de cópias vendidas.
É considerada pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes no mundo e virou uma febre no canal de streaming Netflix, devido à série “Ordem na casa com Marie Kondo”.
Tanto a obra como o seriado explicam o método KonMari, criado por ela mesma. É um estilo de organização com intuito de fazer com que a bagunça saia de órbita da vida das pessoas e que a arrumação se expanda para o universo privado.
Para Marie Kondo, o ato de organizar emana alguns princípios: escolher, de maneira consciente, o que será mantido; definir um lugar específico para cada coisa e descartar aquilo que não se usa mais.
Algumas das suas dicas são:
- não há necessidade de comprar produtos especiais para organizar a casa;
- ter em mente o mantra “guardar objetos porque gosta deles, e não ‘porque sim’”;
- guarde somente presentes cuja função você consiga identificar;
- diga adeus ao monte de fios sem funcionalidade alguma;
- arrume as coisas por categoria e não por cômodos;
- por que manter vários manuais de instruções já que você não os consulta?;
- livre-se de “livros que você pretende ler algum dia”, pois eles significam “livros que nunca vou ler”.
Manter as coisas no lugares certos e descartar o que não se usa lembram muito as premissas do programa 5S.
Ele leva esse nome devido aos conceitos:
- Seiri – senso de utilização (selecionar os documentos, materiais, equipamentos necessários dos desnecessários);
- Seiton – senso de organização (colocar cada coisa no seu devido lugar);
- Seiso – senso de limpeza (limpar e cuidar do ambiente do trabalho);
- Seiketsu – senso de saúde, higiene e padronização (seguir regras e procedimentos de saúde e segurança);
- Shitsuke – senso de autodisciplina (praticar sempre).
Os benefícios dos cinco sensos englobam uma mudança de hábitos que estimulam o aumento de produtividade, de segurança e a melhoria no clima organizacional. O que ajuda a aumentar a competitividade da empresa.
Não é pra menos. Reza a lenda que, em 1950, o professor Kaoro Ishikawa teria criado o método para combater o desperdício e, assim, ajudar o Japão que havia sido destroçado pela Segunda Guerra Mundial. Com a derrota para os EUA no conflito, o país precisava torna-se competitivo novamente no mercado.
Ishikawa tem um dedo nessa história toda, porque ele criou o Círculo de Controle de Qualidade (CQC), em que funcionários juntam-se para propor melhorias nas organizações. Foi um passo para as empresas adotarem a metodologia inclusive no mundo todo.
Pelo visto, parafraseando Marie Kondo: a vida começa, de verdade, depois que se põe a casa em ordem.
E aí? Você concorda?